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Mostrando postagens de setembro, 2010

Brasília Deserto

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Tão cedo e tão seco ! Seca tanto que até sangue sai do nariz, Seca tanto que as lágrimas salpicam de areia os olhos, Tanto seca, que seca até o nó da garganta que impede o choro. Seca que não apenas seca a roupa, estorrica no varal! Seca assassina do cerrado, que seca a idade sem humildade com a baixa umidade. Seca que seca a saliva. Seca que seca o mato que mata a mata, seca as cinzas... A mesma seca que seca os ipês do cerrado, revela que a seca não mata a vida. Revelam flores de molhar os olhos se não estivessem secos. A mesma seca que mata a mata, dá vida ao ciclo. A seca seca a pele, o chão, o mato, mas não pode secar o sentimento semiárido do cerrado coração. plic plic plic (Wandrei Braga)